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A Questão Coimbrã (também conhecida como Questão do Bom Senso e Bom Gosto) foi uma célebre polémica literária que marcou a visão da literatura em Portugal na segunda metade do século XIX.
Opôs os vários membros daquela que viria a ser conhecida como “Geração de 70” (que, à data da contenda, estudavam em Coimbra), portadores da “Ideia Nova” europeia do Realismo e Naturalismo, aos seus antecessores (muitos dos quais, seus professores em Coimbra), marcadamente românticos.
Em 1865, António Feliciano de Castilho (velho poeta romântico) publica um posfácio elogioso ao “Poema da Mocidade” de Pinheiro Chagas (também romântico), aproveitando a ocasião para censurar o grupo de jovens da Escola de Coimbra. Acusa-os de exibicionismo, de obscuridade, de tentarem subverter a noção de poesia e, finalmente, de falta de “bom senso e bom gosto”.
A carta de resposta de Antero de Quental (diretamente mencionado no posfácio) a esta provocação, foi por ele intitulada de “Bom Senso e Bom Gosto” e como que oficializou a contenda. Nesta carta são atacados “os valores convencionais das camarilhas instaladas”, demonstrando-se grande ânsia de modernização.
Sublinhe-se apenas que, apesar de extremamente conotado com o romantismo português, a obra de Castilho é, geralmente, considerada medíocre, sendo a relevância do autor mais notória no que toca ao apadrinhamento de outros escritores (prática que levaria Antero a chamar aos prefaciados por Castilho a “Escola do Elogio Mútuo”).